Nós sabemos que o trabalho construiu a sociedade. No comecinho da civilização, os seres humanos entenderam a necessidade de agrupamento para maximizar a produção e, também, a proteção do bando.
Trabalhar juntos facilitava o armazenamento de comida e também protegia melhor as pessoas que faziam parte do agrupamento.
Mas somente trabalho e sobrevivência, ou seja, uma vida de grupo voltada às coisas práticas como comer e beber, nunca foi suficiente para a nossa espécie. Logo após as necessidades básicas serem supridas, os seres humanos começaram a criar a arte.
Na China, o trabalho artístico com o bambu está em uma das primeiras expressões artísticas que se tem registros. Cortar bambu, descascá-lo em tiras e tecer, a partir delas, utensílios práticos e bonitos (já que também eram pintados e decorados) dá origem aos primórdios da produção artística na China.
E o interessante é que registros antigos mostram a música nascendo a partir da prática do artesanato do bambu. Enquanto o grupo sentava junto para produzir arte, o momento se tornava propício para cantar. A cantoria começava a harmonizar o trabalho artístico criando uma sintonia entre o grupo.
Imagine a vida sendo uma constante batalha pela sobrevivência. Pois é, o dia a dia dos antigos era exatamente isso. Mas seres humanos nunca viveram somente para sobreviver, também viveram para expressar sentimentos de amor, cuidado e união. E foi ao sentar-se juntos na virada do dia para produzir arte que a humanidade descobriu a magia da música.
Criar peças com o bambu se tornou, então, sinônimo de fazer música. Todos em volta da fogueira cantando e tecendo bambu. Foi assim que a música começou a ser usada e difundida.
Mas esse é só o começo da história da música na China.
Durante o mês de novembro falaremos aqui no blog sobre música chinesa, estilos, óperas e cultura pop!
Imagens: Chengdu Bambu Culture Promotion Institute