Com um Oscar na mão (o primeiro asiático a receber o troféu na história) mais 100 outros prêmios pelo então recente sucesso colossal "O Segredo de Brokeback Mountain", e já estabelecido como um dos diretores mais importantes da sua era, Ang Lee decide embarcar, no seu projeto seguinte, em mais polêmica, ao adaptar para o cinema uma das mais importantes escritoras chinesas que viria a influenciar uma geração de mulheres.
A importância de Eileen Chang como figura proeminente do universo literário da China pré-revolucionária e figura central no movimento feminista de escritas chinesas do século XX é celebrada com devoção pelo olhar sensível e habilidoso de Ang Lee, neste drama histórico com elementos de mistério e tensão psicológica.
A história intercala entre Hong Kong em 1938 e Shanghai em 1942, ambos momentos de conturbada agitação social, política e militar, reflexo dos anos iniciais da Segunda Guerra Sino-Japonesa, quando a China viveu seu pior momento no conflito.
Um grupo insurgente taiwanês arquiteta um atentado contra uma poderosa figura política do regime Wang Jingwei, o frio e perverso sr. Yee. A bela Wong Chia Chi é enviada a Shanghai e tem como missão seduzir e manipular seu alvo.
Uma intrincada e complexa relação inicia, onde o sádico Yee subjuga sua amante psicológica e fisicamente, em verdadeiras maratonas sexuais que mais remetem a sessões de sadomasoquismo. Wong se vê encurralada numa complexa e desfavorável situação à medida que cede às humilhações de um facínora, porém, é julgada e tratada com hostilidade pelos próprios autores do plano, seus companheiros revolucionários.
O filme venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza, o BAFTA de melhor filme em língua estrangeira, assim como outros 27 prêmios ao redor do mundo.