A sociedade chinesa mudou completamente em cem anos. Desde o fim das Dinastia Qing (1644-1911), a última da China, passando pelos últimos anos da presença estrangeira no país: nobres, pessoas comuns, trabalhadores das minas, minorias étnicas, guerras e famílias.
Essas fotos contam histórias de como a China era e como ela mudou até aqui.
"Pés de Lótus" era uma tradição chinesa de enfaixar os pés das mulheres jovens com faixas apertadas a fim de modificar o formato natural dos pés e mantê-los pequenos para sempre. Prática criada pela elite nobre do império durante o século X, ela sempre foi polêmica e alvo de críticas dos intelectuais chineses desde sempre, já que o enfaixamento dos pés era doloroso e submetia as mulheres à uma deficiência física evitável. A prática foi proibida oficialmente em 1912, um ano após a queda da Dinastia Qing.
No dia do casamento, era de costume que a noiva fosse levada para a casa do noivo em uma carruagem junto com todas as suas coisas pessoais. Essa é a foto de servos prontos para levá-la em uma Liteira 轿子, cadeira portátil suportada por varas laterais. Essa prática ainda acontece nos dias de hoje, porém em carros. Faz parte da cerimônia de casamento que a família da moça "a entregue" ao marido no dia do casamento.
Durante períodos da China imperial, cadeia e exílio eram somente duas das diversas formas de punir quem cometia crimes. Uma das mais comuns para crimes leves era bater nas nádegas com uma bengala de bambu, um castigo chamado Chi 笞. Sob o pagamento de fiança, o castigo poderia ser anulado, mas nem todos tinham dinheiro. A prática também foi banida com a queda do Império Qing, em 1911, por ser considerada abusiva e humilhante.
O Levante dos Boxers foi um conflito onde um grupo de jovens do interior da China lutava contra a presença de forças estrangeiras na China. A Sociedade dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros era liderada por um líder espiritual que, dentre outras crenças que pregava, ensinava uma forma de Kung Fu que prometia força extraordinária na luta contra os invasores, tornando seus membros imunes às armas ocidentais.
Patrulhas policiais noturnas usavam essas pontes sobre os telhados para vigiar os bairros e ter maior mobilidade entre as ruas da cidade.
Por causa da pobreza do país no final do século 18, começo do século 19, muitas famílias enviavam seus filhos para serem criados em escolas onde aprendiam uma profissão. Uma das mais comuns era a de acrobatas e entretenimentos no geral. Essas crianças viviam em um desses lugares.
Mian Tan 面摊, barraquinha de macarrão, é uma cultura de café da manhã que foi preservada e continua existindo até os dias de hoje. É comum comer macarrão como a primeira refeição do dia pela manhã, e essas barraquinhas (hoje móveis), estão por toda a parte na China.
A guerra contra a invasão japonesa no território chinês mergulhou a China em um período de intensa fome e desespero social durante grande parte da década de 1940. Hoje, a China se orgulha em dizer que erradicou a pobreza extrema do país e continua com projetos à meio e longo prazo para combater a insegurança alimentar.
Não era incomum que esses barquinhos virassem lugares onde alguma dessas famílias passavam grande parte de seu tempo trabalhando e descansando, durante essa época de grande fome que assolava o país.
Típico do Norte do país onde algumas minorias nômades residem, esses eram guerreiros do deserto.
Uma foto de família tradicional da Dinastia Qing.
Jovens que optaram por viver uma vida monástica levando suas coisas todas ao monastério.
Um dos maiores barcos de pequenos pescadores da época.
Na época ainda não existia o conceito de assadeira e nem o conceito de "assar um bolo". Apesar do nome, esse é um um bolo de massa feita no vapor e "montada" sobre a mesa. É, na verdade, uma massa de farinha com frutos e cereais. Os pedaços desse "bolo" eram vendidos em palitinhos.