Em Pedra Antiga, fazer a coisa certa custa caro. Pelo menos é isso que o diretor Johhny Ma — nascido em Shanghai e radicado em Vancouver — demonstra em seu trabalho inaugural, um drama de crítica social com mistério e elementos proto-kafkianos beirando o absurdo.

Na China, o taxista Lao Shi atropela um motociclista e pára para socorrê-lo; começam os seus problemas. Envolto num sistema marcado pela burocracia, marasmo e negligência, o simples e honesto Lao é constantemente pressionado pela inexorável força invisível de um status quo que massifica qualquer sinal de individualidade em prol da manutenção implacável do equilíbrio social.

O dilema moral vivido pelo protagonista parece se intensificar num contraste aonde todos os agentes ao seu redor entendem seu papel nessa dinâmica perversa em que o indivíduo é incapaz de se defender frente ao sistema: a polícia , o Estado, o empregador, até mesmo a esposa impõem resistência às intenções compassivas de Lao.

Pedra Antiga é uma estreia impressionante de um diretor que prova ser possível fazer cinema com tom de denúncia sem soar pretensioso moralmente, à medida que a história vai incorporando caráter de terror psicológico para culminar num catártico desfecho.

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