Atualmente, os chineses têm celebrado o amor, os casais e os relacionamentos amorosos em três datas. A primeira, em fevereiro, é a celebração internacional do dia de São Valentim. A segunda, no dia 20 de maio, é quase que uma brincadeira com a data 5.20 (ao contrário do Brasil, as datas na China dispõem primeiro o mês e depois o ano). Isso porque os números 5, 2 e 0, são pronunciados como Wu Er Ling, tendo uma sonoridade parecida a Wo Ai Ni (我爱你), que significa “Eu te Amo”. A terceira data, por fim, é a mais tradicional e é celebrada, há mais de dois milênios, no sétimo dia do sétimo mês lunar, que este ano corresponderá a 04 de Agosto.
Neste dia acontece o Festival Qixi (七夕) ou Qiqiao (乞巧), em referência e reverência à lenda da tecelã e do vaqueiro. Essa história nos fala sobre o romance da tecelã 织女 Zhinü e do vaqueiro 牛郎 Niulang. Ela, uma divindade celeste, e ele, um rapaz humano, se apaixonaram e se casaram, mas a mãe da tecelã, a Rainha do Céu, não aceitou a união, separando-os.
Muitos anos depois, em uma outra encarnação de Niulang, eles se encontraram novamente. Zhinü reconheceu seu amado e eles voltaram a se apaixonar, mas, desta vez, fugiram. Auxiliado por um boi mágico, Niulang conseguiu seguir sua amada pelo cosmos, até que a Rainha transformou ambos em estrelas e, para separá-los mais uma vez, cortou o céu com o grampo que prendia seu cabelo, formando um rio entre os dois. Assim, de acordo com a lenda, Zhinu se tornou a estrela Vega, Niulang passou a ser a estrela Altair e a via láctea é o rio que os separa.
Vendo o imenso amor que os dois sentiam um pelo outro e ouvindo os lamentos de toda a criação, a Rainha Celeste decidiu permitir que os dois amantes se encontrassem uma vez por ano, em uma ponte formada por pássaros de todo o mundo, no sétimo dia do sétimo mês lunar. Deste modo, nos dias atuais, a data se tornou um símbolo de celebração do Amor e da união dos casais.
Texto: Julia Souza