A China é conhecida como o Reino do Arroz. É difícil encontrar alguma mesa de jantar que não sirva uma porção generosa do grão. Até mesmo quando o prato do dia é sopa de macarrão, por exemplo, não é raro que arroz venha para acompanhar.
Longe, porém, dos lugares onde refeições são feitas, o arroz também pode ser encontrado em um dos pontos mais inusitados - e inesperados - que se possa imaginar: A Muralha da China.
Zhang Binjian, ph.D., professor de química na Universidade de Zhejiang, comprovou em um artigo publicado na American Chemical Society que o segredo da poderosa argamassa usada para “colar” a Grande Muralha é… o arroz.
A “argamassa de arroz” começou a ser desenvolvida no quinto século a.C., juntando arroz glutinoso (grudento), leite de cal (ou cal hidratada) e água. O arroz tinha a função de dar maior força que somente a argamassa de cal possuía. Além disso, a mistura tinha alta força adesiva, robustez, capacidade de impermeabilização e impedia o crescimento de ervas daninhas, pois a massa feita de arroz grudento e a cal queimada vedava o espaço entre as pedras e tijolos.
Após a técnica ser aprimorada, não demorou muito para que os chineses começassem a fazer a manutenção de suas muralhas, muros, torres, pagodas e pavilhões com a famosa argamassa de arroz.
Durante a Dinastia Ming (1368 - 1644), quando as técnicas de produção de tijolos de barro melhoraram de forma significativa, sessões inteiras da Grande Muralha foram amplamente construídas com tijolos e a argamassa de arroz e cal era usada para reforçar os tijolos dando a eles resistência necessária contra terremotos e erosões, mantendo o edifício intacto.
O vídeo abaixo, apesar de não ter subtítulos em português, é uma curta aula a céu aberto sobre a famosa argamassa. Vale a pena assistir para apreciar o trabalho que foi feito.